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Morreu, no dia 12 de Fevereiro, José Augusto dos Santos Alves, professor e investigador natural da Guarda. Durante décadas foi uma das presenças mais assíduas na Biblioteca Nacional onde, ao longo de muitos anos, explorou profundamente o vasto universo dos periódicos portugueses, em especial do século XIX, construindo uma memória da comunicação política e social portuguesa que tem pouco paralelo na comunidade académica a que pertencia.Deixou “uma obra incontornável para a história da imprensa e da opinião pública, da informação e da contra-informação, e da expansão do periodismo em Portugal, obra que se distingue pelo rigor e abundância de testemunhos colhidos nas fontes em que suporta as suas teses”, refere a página da Biblioteca Nacional de Portugal.José Augusto dos Santos Alves era natural da Guarda. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, fez o mestrado em História Cultural e Política, e o doutoramento em História e Teoria das Ideias, especialidade de História das Ideias Políticas, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde foi professor na mesma área e investigador do Centro de História da Cultura. Foi também Professor Associado na Universidade Autónoma de Lisboa, onde leccionou História dos Media e História da Cultura Portuguesa, na Licenciatura em Ciências da Comunicação.Da sua bibliografia destacam-se, entre outros estudos: “A opinião pública em Macau: a imprensa macaense na terceira e quarta décadas do século XIX” e “A opinião pública em Portugal (1780-1820), ambos publicados em 2000; “Comunicação e História das Ideias: a génese do «Editorial Político»”, em 2004; “O Poder da Comunicação. A história do poder dos media: dos primórdios da imprensa aos dias da Internet”, em 2005; “Glória, memória e mito: o periodismo Vintista (1820-1823)”, em 2013; “O periodismo político da pós-Vilafrancada ao Setembrismo (1824-1836): um mundo cativante e multifacetado”, em 2018.A Biblioteca Nacional de Portugal publicou nos últimos anos, várias das suas obras: “Dicionário do periodismo político português do século XIX. Vol. 1 – A-C” (2017), “A imprensa de língua portuguesa no Oriente” (2017) e “O Patriota (18421853). Memória do periodismo de contrapoder” (2020), tendo ainda no prelo o seu mais recente trabalho, “Espaços de circulação da informação do periodismo político do século XIX: do Setembrismo à Regeneração, do continente à periferia insular”.