Evento decorreu na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço


“Trabalhosa, mas admirável, obra sobre Ética”, foi assim que António Morgado categorizou o livro do Padre Joaquim Pinheiro, “A Ética Comunitarista – Exposição, análise crítica e implantação”, que foi apresentado no dia 6 de Junho, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), na Guarda, na presença de dezenas de pessoas. Na mesa, para além do autor e do apresentador (António Morgado), tiveram assento Américo Rodrigues (Coordenador da BMEL), António Carlos Gonçalves (Pároco de S. Miguel da Guarda) e Mónica Lourenço (Universidade de Aveiro).
“Uma obra densa, resultado de uma tese de Doutoramento”, o livro, editado pela Principia, “reflecte o grande trabalho que o Padre Pinheiro teve”, referiu António Morgado.
Ao longo de mais de trezentas páginas, através de autores recentes, o autor faz uma “preciosa síntese da ética comunitarista”, que “encaixa no mundo ocidental em que vivemos”.
Para António Morgado “não se pode dizer que este livro, seja de fácil leitura para a generalidade das pessoas, mas o agrado sentido, tem ressonâncias profundas no modo como perspectivamos o mundo em que vivemos e o mundo dos nossos pensamentos, sentimentos e acções”.
Mónica Lourenço, que prefaciou o livro, considerou a obra “actual e provocadora”. E explica: “actual, porque se situa num tempo de crescentes indiferença e fragmentação política e social, que tem a sua face mais visível nos contínuos ataques à vida e á dignidade humanas; e provocadora, porque nos interpela a sairmos do nosso egoísmo para nos comprometermos activamente nos espaços em que nos movemos, em prol do bem comum”.
O autor escreve no livro que “o objectivo geral desta investigação, ligado a um conjunto de objectivos particulares que irão aparecendo ao longo dos vários capítulos, consiste em mostrar a relevância e a pertinência da ética comunitarista para a cultura ocidental, profundamente marcada pela secularidade, pela organização liberal da política e pelas políticas educativas de inspiração liberal”.
O padre Joaquim Pinheiro explicou que se trata de “um livro comunitarista: não só porque recolhe tacitamente heranças morais e espirituais de família, dos homens e mulheres que foram meus professores, dos alunos que tive, das pessoas com quem convivi tanto no país como no estrangeiro, mas também porque uma comunidade me ofereceu as condições que me permitiram escrevê-lo, a paróquia de São Miguel da Guarda”.
No livro, o autor expressa ideias que subscreve e procurou organizar justificadamente em vista de um objectivo principal: “a ética comunitarista é uma proposta aceitável para as sociedades liberais e seculares, como é o caso da nossa”.
No livro, Joaquim Pinheiro apontou alguns motivos de interesse para o leitor, ao referir que “a ética comunitarista assenta num outro olhar sobre a cultura em que nascemos e crescemos, comummente designada por cultura secular liberal. É uma resistência ao pensamento único veiculado pelos poderosos meios de comunicação social, por exemplo em matéria de ética”. Acrescentou que “o livro dá a conhecer autores importantes no âmbito da reflexão sobre a ética e a política, na actualidade, permitindo assim alargar os horizontes culturais”. Referiu ainda que “quem ler o livro talvez encontre uma motivação acrescida para tornar a sua vida mais valiosa”.