Galardão anual é atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos


O escritor chileno Luís Sepúlveda é o vencedor da 12.ª edição do Prémio Eduardo Lourenço, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI). O anúncio foi feito por Victor Amaral, vereador da Cultura da Câmara Municipal da Guarda, no final da reunião do júri realizada na sexta-feira, dia 29 de Abril, nas instalações do CEI, na Guarda.
O júri reconheceu o trabalho do escritor em louvor da Língua e da Cultura espanholas, fazendo da pátria idiomática, que tem a dimensão plurinacional de vários continentes, uma aventura criadora em que o Homem é a medida de todas as coisas. Considerando o espírito do Prémio e a dimensão de um diálogo ibérico alargado, inspirador da vida e obra, tanto do Patrono do Prémio como de Luís Sepúlveda, o júri destacou ainda a expressão e difusão da obra do autor, tanto em Portugal como em Espanha, tornando-o mediador da Cultura Ibérica. Luís Sepúlveda, que vive actualmente em Gijon, Espanha, é autor de livros como “O Velho Que lia Romances de Amor” e “História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, entre outros.
De acordo com Victor Amaral, o júri entendeu, por consenso, entregar o prémio a Luís Sepúlveda, “pela sua vastíssima obra, que sendo uma obra universal, também tem dentro dela o iberismo, no fundo, que é o espírito do Prémio Eduardo Lourenço”. “O júri entendeu que seria um Prémio bem entregue a este escritor, cuja obra é, de resto, bem conhecida por todos, é estudada e a grande parte dos livros dele fazem parte do Plano Nacional de Leitura em Portugal. É estudado nas nossas escolas, no 2.º e 3.º ciclo, e é, por isso, uma boa notícia para nós, também que, naturalmente honra o CEI, nesta dignificação da Cultura Portuguesa e Espanhola, Cultura Ibérica, e cada vez mais universal”, afirmou. O vereador admitiu que a escolha do nome de Luís Sepúlveda foi “uma boa decisão”, lembrando que à edição deste ano do Prémio Eduardo Lourenço foram apresentadas 10 candidaturas, tendo a proposta do nome de Luís Sepúlveda sido indicada por Fernando Paulouro Neves.
Maria Ángeles Serrano, vice-reitora da Universidade de Salamanca, Espanha, que presidiu, em representação do reitor, ao júri da edição deste ano do Prémio Eduardo Lourenço, disse que foi feita uma escolha “acertada”. Afirmou que Luís Sepúlveda é um intelectual “de reconhecido prestígio” e muito conhecido em Espanha e em Portugal. “Tem uma obra universal e favorece o diálogo ibérico” e é conhecido desde as crianças até aos adultos, disse, referindo que o premiado também tem uma faceta como cineasta e como lutador pelos direitos humanos. Em sua opinião, Luís Sepúlveda prestigia o Prémio que tem o nome de Eduardo Lourenço e é “um exemplo da luta a favor dos direitos humanos”.