Guarda


Em Dezembro, a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço evoca a vida e a obra de uma das maiores figuras da literatura portuguesa do século XIX, José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira. José Régio destacou-se como ficcionista, dramaturgo, poeta, crítico, ensaísta, diarista e memorialista, sem esquecer que foi um exigente professor do ensino secundário, além de obstinado coleccionador de arte popular, sobretudo arte sacra. A sua carreira literária iniciou-se em 1925 com a publicação do volume de poesia Poemas de Deus e do Diabo.
Um conjunto de iniciativas a decorrer ao longo de Dezembro, mês do falecimento do autor, constituem o destaque a José Régio.
Fazem parte do programa a exposição biobibliográfica José Régio e os mundos em que viveu, patente até 31 de Dezembro, que não só fixa os momentos mais significativos da vida e obra do escritor, como permite confrontá-los com as realidades histórico-culturais do seu país e do mundo; uma conferência por Maria da Natividade Pires, no dia 10, às 18.00 horas, intitulada O imaginário tradicional na poesia e na narrativa de José Régio; uma apresentação encenada do poema Cântico Negro de José Régio, por reclusos do Estabelecimento Prisional da Guarda, sob orientação de Américo Rodrigues, no dia 16, pelas 16.00 horas, e por fim, no dia 22, às 18.00 horas, a curta-metragem de Manuel Mozos A glória de fazer cinema em Portugal, a qual veio dar desfecho a uma história surgida a 18 de Setembro de 1929, quando José Régio escreveu uma carta a Alberto Serpa onde manifestou a vontade de fundar uma produtora para começar a fazer cinema e à qual nunca se encontrou resposta… até à descoberta de velhas bobines no espólio de um coleccionador.