Guarda - Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço


Um concerto, uma exposição, um colóquio, uma conversa, uma sessão de leitura e uma palestra são as actividades programadas, para Fevereiro, pela Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço - BMEL para evocar o escritor local António Monteiro da Fonseca.
António Monteiro da Fonseca, um dos autores em destaque na edição deste ano do projecto “A Terra da Escrita”, nasceu no lugar da Torre, freguesia de Casal de Cinza – Guarda.
Em Coimbra, onde se licenciou em Filologia Românica, foi discípulo de Eugénio de Castro, condiscípulo de Vitorino Nemésio, José Régio, Santana Dionísio e de outros intelectuais, revelando-se como cantor ao serviço da Academia, da cultura e da saudade. Inspirado num grande humanismo e ideias filosóficas escreveu obras poéticas, algumas palestras, textos jornalísticos e um curioso estudo sobre o sebastianismo.
A exposição “António Monteiro da Fonseca e o seu mundo” será inaugurada amanhã, dia 3 de Fevereiro, às 18.00 horas. Composta por painéis, livros e objectos pessoais do escritor, a mostra pretende revelar os vários aspectos da vida e obra do professor, pedagogo e escritor da Guarda.
No dia 7, pelas 18.00 horas, as filhas do escritor, Maria de Lurdes Cerca e Maria Teresa Pereira Ferreira, estarão na biblioteca para partilharem com os presentes as recordações que têm do pai enquanto homem, poeta e professor. É mais uma conversa informal da “Guarda: a memória”.
O poema da sua autoria “Hino à Paz” será lido pelos participantes na Oficina de Leitura do Estabelecimento Prisional da Guarda, no dia 9, às 17.00 horas, na BMEL. A publicação de “Hino à Paz” foi proibida pela censura e enviado directamente a Salazar. O então Ministro da Presidência confirma “a não oportunidade”. Porém, num discurso em 1953, Salazar faz alusões constantes e nitidamente evidenciadas a este “Hino à Paz”.
Dia 9, pelas 18.00 horas, realiza-se o colóquio “António Monteiro da Fonseca: frutos que nascem da terra” por António Oliveira. Trata-se de uma iniciativa que aborda a vida e obra do autor, que se inspirou com frequência na felicidade, amor, justiça, fraternidade, Além, morte, ócio e egoísmo, e que procurou fazer a depuração dos grandes conflitos que afligem a humanidade.
No dia 11, o poeta será lembrado e homenageado na sua terra (Torre, Freguesia de Casal de Cinza) fazendo parte do programa o descerramento de uma placa na casa onde nasceu, às 15.00 horas. Uma hora mais tarde, às 16.00 horas, será lido pelos participantes na Oficina de Leitura do Estabelecimento Prisional da Guarda, na Capela Nossa Senhora da Póvoa, o poema “Hino à Paz”, seguindo-se uma palestra por Fernando Carvalho Rodrigues.
A música encerrará o ciclo dedicado a Monteiro da Fonseca. No dia 21, às 21.00 horas, o grupo “Desassossego” interpretará, para além de outros fados e baladas, o fado de Coimbra da autoria do escritor Monteiro da Fonseca, “Capas ao Vento”.