Documento chama a atenção para a gravidade política da situação que se vive na Guarda

A destituição de Sérgio Costa como Vice-Presidente da Câmara da Guarda, bem como a consequente retirada de pelouros, continua a ser uma pedra no sapato, na presidência de Carlos Chaves Monteiro, à frente dos destinos da Câmara Municipal da Guarda. Depois da celeuma provocada numa reunião, no dia 10 de Março, realizada por Carlos Chaves Monteiro, nos Paços do Concelho da Guarda, que alterou “o figurino do Executivo da Câmara Municipal da Guarda”, 30 dos 34 Presidentes de Junta de Freguesia, eleitos nas listas do PSD nas últimas autárquicas, assinaram um documento que foi enviado ao Secretário - Geral do PSD, José Silvano, onde é posta em causa a actuação de Carlos Chaves Monteiro e chama a atenção do partido para “a gravidade política da situação que se vive na Guarda”.Recorde-se que nas últimas eleições autárquicas de 2017, num projecto político de continuidade desde 2013 e que pôs fim a 38 anos de governação socialista, o PSD conquistou com a ajuda de militantes, simpatizantes e independentes, 34 das 43 freguesias do concelho da Guarda.De acordo com os Presidentes de Junta signatários, o documento enviado ao Secretário - Geral do PSD “poderia também incluir a assinatura de vários Presidentes de Junta de Freguesia eleitos pelo Partido Socialista que manifestaram o desejo de também o assinarem”, mas apenas foi assinado pelos eleitos pelo PSD. O documento começa por dar conta do sucedido no dia 10 de Março, explicando que Carlos Chaves Monteiro, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal da Guarda há cerca de 1 ano, decidiu retirar os pelouros ao Vice-Presidente e Vereador Sérgio Costa.Nessa reunião, os presidentes signatários queixam-se de ter ouvido afirmações do Presidente que os deixaram de “boca aberta” e “com grande tristeza”.“Desde sermos considerados, enquanto Presidentes de Junta, como ‘nata azeda’ ou ‘dispensáveis’, porque se ‘arranjarão’ outros no futuro, de tudo fomos ouvindo sem praticamente podermos ser ouvidos”, adianta o documento.Os Presidentes de Junta eleitos e signatários recordam que também eles aderiram “a um projecto político ambicioso para a Guarda, que conseguiu envolver militantes, simpatizantes e independentes em muitas das Juntas de Freguesia”.Recordam que o Vereador Sérgio Costa “foi sempre um homem aberto ao diálogo e disponível para encontrar soluções” e esperavam que na reunião de 10 de Março fossem “dadas explicações para o seu afastamento”.Apenas com “acusações e sem direito ao contraditório”, os signatários do documento referem que foi cortado “sem quaisquer razões do trabalho político autárquico, uma raiz forte deste projecto”. Consideram que “todos somos importantes, e por isso em muitas circunstâncias há quem faça muita falta”.Recorde-se que na reunião de 10 de Março, Carlos Chaves Monteiro, presidente da Câmara da Guarda, retirou todos os pelouros ao vice-presidente Sérgio Costa. A decisão foi comunicada por Carlos Chaves Monteiro numa reunião em que estiveram presentes os vereadores do PSD bem como os deputados do PSD na Assembleia Municipal.Sérgio Costa era responsável pelos pelouros do Urbanismo, Protecção Civil Municipal, Florestas e Higiene e Segurança Veterinária.