Na sessão solene de recepção oficial do Presidente da República de Cabo Verde


O presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), Constantino Rei, apelou na sexta-feira, dia 20 de Maio, às entidades responsáveis que revejam “os critérios para a atribuição de vistos a estudantes” de Cabo Verde em Portugal. “Sentimos muitas dificuldades e muitas queixas”, justificou o presidente do IPG na sua intervenção proferida na sessão solene de recepção oficial do Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos de Almeida Fonseca, realizada na Sala António de Almeida Santos, no edifício dos Paços do Concelho da Guarda. A visita do presidente de Cabo Verde surgiu no seguimento do “VII Encontro de Estudantes Maienses em Portugal” que decorreu na cidade mais alta entre 20 e 22 de Maio. De acordo com o presidente do IPG, naquele estabelecimento de ensino superior estudam actualmente mais de 50 estudantes cabo-verdianos nos diversos ciclos de estudos. Constantino Rei referiu que a comunidade de estudantes cabo-verdianos era, até ao início do ano, a mais significativa do IPG, tendo sido suplantada por S. Tomé e Príncipe.
Na mesma cerimónia, o Município da Guarda celebrou um protocolo de cooperação com a Associação Maiense em Portugal, para o desenvolvimento de projectos na área da educação, cultura, desporto e solidariedade social.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, disse na ocasião ao Presidente da República de Cabo Verde que levasse da visita à cidade mais alta do país “apenas e só” a palavra “cooperação”. “Nós temos a consciência de que cooperando mais, envolvendo mais as instituições, as pessoas, os órgãos de soberania, tenho a certeza que ganhamos não apenas escala, ganhamos não apenas dimensão, ganhamos não apenas convicção, mas ganhamos também algo de socialmente justo, mesmo que por vezes não seja economicamente rentável”, declarou.
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos de Almeida Fonseca, que já tinha estado na Guarda há cerca de 50 anos, quando era estudante, com 14 ou 15 anos, considerou que “dificilmente” haverá um país que tenha tantas afinidades com Portugal como Cabo Verde, mas defendeu mais trabalho para que seja “um exemplo”. “E, portanto, se isso é assim, e se isso é verdade, se o discurso que nós fazemos é esse, no concreto eu creio que devemos todos trabalhar, e nesse caso eu como Presidente de Cabo Verde, e o professor Rebelo de Sousa como Presidente de Portugal, os Governos, os deputados, os autarcas, trabalharmos para que o relacionamento entre os dois países, os dois povos, seja de facto exemplar, que seja um exemplo, que seja extraordinário, que não seja apenas a regra, que seja uma excepção”, afirmou. Na sua intervenção, disse ainda que “essa excepção” no relacionamento entre os dois países “deve valer para todos os domínios, nomeadamente no domínio do relacionamento entre os povos, entre os empresários, entre os estudantes, os universitários, os jornalistas, os desportistas”. Afirmou também que o poder autárquico de Portugal e de Cabo Verde tem feito “um trabalho notável”, através de geminações e de acções de cooperação, e “é uma área em que a cooperação e a amizade pode ainda aprofundar-se muito mais e fazer-se muita coisa”.