O Instituto Politécnico da Guarda assinou, recentemente, um protocolo de parceria com uma empresa fabricante de máquinas que pretende produzir e comercializar uma impressora 3D, concebida por esta instituição de ensino superior.


“A máquina foi completamente concebida através de recursos CAD/CAE/CAM, isto é, os desenhos tridimensionais, ensaios mecânicos e fabrico de cada componente foram digitalmente realizados em computador e só depois foram fabricados em ambiente FabLab dentro do conceito “máquinas que fabricam máquinas”, como nos explicou o Prof. Luis Miguel Lourenço, docente da ESTG/IPG.
A IPrinterG dispõe de uma estrutura em alumínio, diversos mecanismos constituídos por pequenas peças onde também predomina o referido material. “A mesa onde o plástico fundido é depositado foi construída em fibra de carbono para ser rígida mas ao mesmo tempo muito leve. Globalmente trata-se de um conjunto de mecanismos movidos por 5 motores, comandados por controladores electrónicos montados numa espécie de “motherboard” que é por sua vez controlada por um vulgar PC”. Acrescenta Luis Miguel Lourenço, responsável pelo laboratório de prototipagem rápida do IPG.
Para se utilizar este equipamento é necessário ter o “desenho de um sólido no computador e enviar as informações de fabrico para a máquina através de um software apropriado”; de seguida será depositado um fio de plástico em sucessivas camadas até formar o sólido que inicialmente era apenas virtual.
Como nos referiu este docente do Politécnico da Guarda, a IPrinterG é “robusta, tem uma precisão idêntica a máquinas profissionais, a sua manutenção é muito simples sendo fácil e muito económica a substituição de qualquer componente, exceto os componentes que não existem no mercado porque são inéditos e para já só nós os podemos fabricar”.
Luis Miguel Lourenço recorda que, na sequência do projeto final do FabAcademy, que desenvolveu no FabLab Coimbra, decidiu implementar uma máquina de fabrico por adição (vulgo impressora 3D), até “porque havia, também, interesse da ESTG/IPG em prestar apoio aos alunos que necessitam de recorrer à prototipagem rápida por impressão 3D. Este equipamento fabrica maquetes, modelos e protótipos a custos reduzidos permitindo assim colocar ao alcance de todos a prototipagem rápida por deposição de um plástico de qualidade industrial, o ABS.”
Enquanto responsável pelo Laboratório de Prototipagem Rápida do IPG, que dispõe de um equipamento profissional do mesmo tipo “mas com custos de utilização que se têm revelado elevados” pensou-se em adquirir um kit mais económicos de impressoras 3D disponíveis no mercado para montagem; “contudo não seria um projeto inédito pelo que só iria satisfazer uma das necessidades. Pretendia-se um equipamento com características próprias de uma máquina semi-profissional capaz de trabalhar horas e horas sem perder a repetibilidade, a precisão, etc.”
Luis Miguel Lourenço comentou-nos que “tipicamente as impressoras “low cost” são muito leves e boas para transportar mas dispõem de muitos componentes frágeis e por vezes desafinam”, podendo causar problemas: daí que alguns fabricantes utilizam só PLA, ou seja, um um plástico biodegradável e muito fácil de utilizar nessas impressoras “permitindo boa fusão e ótimo aspeto, mas depois não serve para colocar o produto resultante em serviço (degrada-se com a humidade, exposição solar, etc.)”.
Na IPrinterG tem sido utilizado, sempre, ABS, “com sucesso, mas se pretendermos produzir com PLA é só baixar a temperatura de fusão do extrusor”, acrescentou este docente da ESTG/IPG a propósito deste modelo de impressora 3D.