Jornadas de Contabilidade no Instituto Politécnico da Guarda


A ex-Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, esteve na quinta-feira, dia 9 de Março na Guarda, onde considerou que o desafio do país passa por ter finanças públicas sustentáveis. “Ter finanças públicas sustentáveis é fundamental. Nós não podemos esgotar os recursos técnicos, políticos, toda a discussão do país em torno do défice e da dívida. Nós temos é de resolver esse problema em definitivo para podermos focar-nos em outras matérias e discutir outros assuntos”, afirmou a ex-ministra no decorrer das XIII Jornadas de Contabilidade: Desafios de 2017, organizadas pelo Núcleo de Contabilidade da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda. No encontro, que contou com a participação de mais de uma centena de alunos, a oradora proferiu uma intervenção sobre “Desafio das Finanças Públicas”. “Se não controlarmos as finanças públicas, tudo o resto vai correr mal. As finanças públicas correrem mal deitam por terra todos os esforços de crescimento do país noutras áreas, porque quando não há dinheiro para o Serviço Nacional de Saúde, para pagar as pensões, para pagar os salários, para pôr as escolas a funcionar, todos os outros esforços que se tenham feito para promover o crescimento são em vão e entramos novamente numa crise”, observou. Por isso, na opinião da agora deputada e vice-presidente do PSD, as finanças públicas são tão importantes: “Elas não são suficientes para garantir o crescimento económico, mas são seguramente suficientes para o impedir quando correm mal, daí a importância da matéria”. Maria Luís Albuquerque também alertou a plateia para o facto de o Banco Central Europeu (BCE) ir acabar com as taxas de juro baixas. “Aquilo que o BCE está a fazer com as taxas de juro baixas é comprar tempo. O BCE o que está a dizer é: «Olhem, eu mantenho os custos aqui baixos e controlados para vocês fazerem as reformas estruturais e porem a casa em ordem». E o BCE faz isso, mas do outro lado, reformas estruturais e casa em ordem, a coisa não tem corrido bem”. Segundo a ex-Ministra das Finanças, “vai chegar o momento em que o BCE vai dizer: «Olha, agora já não posso mais». Ele está próximo. A taxa de inflação já está a subir”. “E, portanto, o BCE vai deixar de ter razões, argumentos, fundamentos, para manter as taxas de juro tão baixas. Quem pôs a casa em ordem quem foi formiga e se preparou para o que vem a seguir, estará bem, quem foi cigarra, fica com a memória dos tempos em que andou a cantar, mas vai passar outra vez por grandes dificuldades e essa é a preocupação”, afirmou.
Para além de Maria Luís Albuquerque foram oradores nas XIII Jornadas de Contabilidade: Desafios de 2017 Maria da Conceição Marques, que falou do “Desafio da Contabilidade Pública”, Rui Portela, que abordou o tema “Desafio da Fiscalidade: As considerações práticas do IRS”, Sílvio Pereira, que fez uma intervenção sobre “Desafio da Contabilidade: Quais os desafios diários?” e Cláudia Carvalho, que abordou a temática “Desafio Profissional: Estudei no IPG e agora?”.