Após a realização de obras no Mercado Municipal da Guarda


Os comerciantes instalados no Mercado Municipal de São Miguel, na Guarda-Gare, pedem mais atenção da Câmara da Guarda para aquele equipamento comercial. Alguns comerciantes contactados pelo Jornal A Guarda reclamam algumas obras de manutenção, pedem mais visibilidade e divulgação e recomendam a realização de um evento mensal que junte, por exemplo, artesanato e pequenos produtores agrícolas locais. “Achamos que isto está um bocado esquecido e abandonado pela Câmara e que deve ser feita uma revitalização. O que era necessário era fazerem pequenas obras de pintura e ao nível das casas de banho e do telhado. Também era preciso fazer-se a divulgação e tentar organizar, pelo menos uma vez por mês, um mercado com frutas e hortaliças, com os agricultores da região, e também com artesanato, porque isto está um bocadinho ao abandono”, declarou Bruno Almeida. E acrescentou: “Era uma maneira de ajudar essas pessoas e também o comércio daqui da Praça e da própria Estação”. O proprietário de um Super-rápido, que está instalado desde Maio de 2014, considera ainda que a autarquia “deve olhar para este espaço que está um bocadinho ao abandono”. Em sua opinião, deviam “fazer cartazes com publicidade às lojas e com aquilo que aqui se faz e vende”. O comerciante reconhece que as rendas que são pagas “são baratas”, mas “preferia pagar mais um bocadinho e ter mais condições”.
Luciano Amaral, dono de uma peixaria, referiu que o espaço “está morto” e que o declínio acentuou-se com o fecho da fábrica Delphi, que chegou a empregar 3 mil pessoas. Mas não só, “também fecharam a Gartêxtil, que tinha 300 pessoas, a Betorel e a AutoNeofor que tinham 30 ou 40 pessoas”. “Com o fecho destas empresas o comércio no geral sentiu-se”, apontou. Hoje, Luciano Amaral olha para um pavilhão do Mercado e refere que “chegou a ter 4 pessoas a vender fruta e agora não tem lá ninguém”. O comerciante, que está estabelecido há 9 anos, conta pelos dedos os negócios ali instalados e lamenta que não exista um talho “porque sempre chama mais gente”.
“A Câmara tem que olhar para este espaço. Estou aqui há 15 anos e isto está uma tristeza. Se fizeram obras lá em cima (no Mercado Municipal do centro da cidade) era justo que também as fizessem aqui”, disse uma vendedora que não quis identificar-se. Disse ainda que o recinto necessitava de “mais comerciantes, que vendessem galinhas e patos, para darem vida a isto, porque as bancas não têm ninguém”. “O que é preciso fazer? Era divulgar e apostar da forma como estão a fazer pelo Mercado Municipal da Guarda, que andaram a distribuir panfletos pelas caixas do correio”, disse outro comerciante ali estabelecido.
O vendedor Bruno Almeida adiantou ainda ao Jornal A Guarda que o NDS tem uma candidatura a decorrer a um concurso da Comunidade EDP e da Visão, que premeia, com 5 mil euros, ideias que melhorem a vida da sua comunidade de Norte a Sul do país.
“Nós já votámos o projecto, já o partilhámos (nas redes sociais) com as pessoas”, contou. O projecto Mercado (CON)VIDA tem por objectivos dinamizar o Mercado,  melhorar as condições, dar a conhecê-lo como um espaço atractivo, melhorar a qualidade de vida das pessoas do Bairro da Estação e renovar a imagem física do Mercado. Segundo a candidatura, o Mercado da Guarda-gare já existe há cerca de 30 anos e é necessário torná-lo num “local atractivo, inovador, personalizado, acolhedor e capaz de conciliar o tradicional com o moderno”.
O presidente da Câmara da Guarda, Álvaro Amaro, disse ao Jornal A Guarda que a autarquia está atenta à situação do Mercado de São Miguel, mas é preciso fazer “uma coisa de cada vez”. “Sei que o NDS está a desenvolver um programa e eu aplaudo e a Câmara não pode deixar de estar sensível a isso, mas os recursos são escassos”, referiu, indicando que a autarquia já apostou na melhoria das condições do Mercado Municipal, na Guarda, e que outras apostas “se seguirão”.