Entradas podem estar sujeitas a monotorização e acompanhamento

Na Guarda “de momento não está previsto o encerramento dos cemitérios no dia de Todos os Santos” disse o presidente da Câmara Municipal, no final da reunião desta segunda-feira, dia 12 de Outubro. Carlos Chaves Monteiro admite que o momento de pandemia que está a assolar o Mundo pode obrigar a algumas medidas adicionais mas, para já, afasta o cenário do encerramento dos cemitérios na comemoração dos Fieis Defuntos, que habitualmente acontece a 1 e 2 de Novembro. O autarca foi confrontado com a proposta saída da Conferência Episcopal Portuguesa que pede às autoridades que evitem encerramento de cemitérios. Carlos Chaves Monteiro considera que é possível manter os cemitérios de portas abertas desde que haja a colaboração das pessoas. A solução pode mesmo passar pela monotorização e acompanhamento de todos os que procuraram estes espaços, nesta altura do ano.Recorde-se que a Conferência Episcopal Portuguesa divulgou, esta segunda-feira, uma nota sobre a próxima comemoração dos Fiéis Defuntos (2 de Novembro), pedindo às autoridades que evitem o encerramento de cemitérios, em dias “intensamente sentidos pela piedade dos fiéis católicos”.“É certo que não depende da Igreja a gestão da grande maioria dos cemitérios nacionais. Confiamos, porém, que as autarquias e entidades que os tutelam saberão interpretar as exigências do bem comum encontrando um justo, mas difícil equilíbrio entre os imperativos de proteger a saúde pública e o respeito pelos direitos dos cidadãos”, indica o documento do Conselho Permanente da CEP, intitulado ‘Avivar a chama da esperança’.Os bispos admitem que, dado o estado actual da pandemia, “é sensato que se imponham medidas suplementares de protecção”, como a obrigatoriedade do uso de máscaras e o controlo do número de visitantes, mas consideram que “não seria apropriado o encerramento completo dos cemitérios”.O documento da Conferência Episcopal Portuguesa sublinha que a solenidade de Todos os Santos (1 de Novembro), feriado nacional, e a comemoração de Todos os Fiéis Defuntos (2 de Novembro) são marcados por “uma romagem de fé e esperança aos cemitérios”.A nota destaca que “não se adoece apenas de COVID-19”, para referir que “a impossibilidade de exprimir de forma sensível e concreta saudades e afectos também é causa de sofrimento e de doença”.Os bispos católicos pedem que os decisores políticos tenham em consideração que a emergência sanitária dura desde Março.“Muitas famílias enlutadas neste período nem sequer puderam acompanhar adequadamente os seus entes queridos em exéquias muitas vezes celebradas, como diz o Papa Francisco, de um modo que fere a alma”, assinala a Conferência Episcopal Portuguesa.Os responsáveis católicos sublinham a necessidade de cumprir as regras já estabelecidas e aumentar a oferta, sobretudo no dia 2 de Novembro, “em horários que sejam mais convenientes à comunidade”.A ‘comemoração de todos os fiéis defuntos’ remonta ao final do primeiro milénio: foi o Abade de Cluny, Santo Odilão, quem no ano 998 determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a evocação de todos os defuntos “desde o princípio até ao fim do mundo”.