Cimeira Luso-Espanhola

Carlos Condesso, Presidente da Distrital do PSD da Guarda e Vereador no concelho Figueira de Castelo Rodrigo, quer que os Chefes de Estado de Portugal e de Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, incluam na agenda de prioridades da Cimeira Luso-Espanhola a reactivação da Linha de Caminho-de-ferro desde o Pocinho até La Fuente de San Esteban (Salamanca), cuja última localidade do lado português junto à fronteira é Barca d’Alva. O pedido acontece numa altura em que se vai realizar, na cidade da Guarda, no dia 10 de Outubro, a XXXI Cimeira luso-espanhola, que tem como objectivo apresentar uma estratégia de desenvolvimento alicerçada na cooperação transfronteiriça, e nos investimentos que os dois Governos entendem ser prioritários para alavancar estes territórios deprimidos junto à fronteira.O troço em causa envolve 106 quilómetros de via férrea internacional que estão votados ao abandono há mais de 30 anos. Carlos Condesso considera que “este investimento é uma ambição antiga de toda a região, que, a ser concretizado, irá repor a justiça perante um enorme erro executado, do lado português, em 1988, com o encerramento do troço da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva e, do lado espanhol, em 1985, com o encerramento do troço entre La Fregeneda até La Fuente de San Esteban”. Adianta que a reactivação da ligação internacional por Barca d’Alva até Salamanca, virá desencravar toda esta região, afirmando-se como um vector valioso e indiscutível na definição de um novo modelo de desenvolvimento territorial transfronteiriço, pois permite uma ligação mais rápida e mais curta da Área Metropolitana do Porto, de toda a região Norte e de toda a região do Douro com a vizinha Espanha, e desde aí a toda a Europa.A reactivação desta linha férrea vem também enquadrar a linha do Douro entre dois importantes polos geradores de tráfego e dotados de infraestruturas de transporte relevantes: o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e o terminal de Leixões, com a estação de Alta Velocidade de Salamanca.Carlos Condesso lembra que em termos turístico, esta linha é das mais belas e com mais potencial da Europa, pois contempla pontos estratégicos, constituídos por quatro destinos classificados pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade: Porto, Alto Douro Vinhateiro, Parque Arqueológico do Vale do Côa e Salamanca. “Este é o momento certo para reivindicarmos esta e outras prioridades de investimento para o nosso distrito, pois a par da Cimeira luso-espanhola, discutem-se agora os investimentos prioritários que farão parte do Plano de Recuperação e Resiliência, que está dotado de 13 mil milhões de euros, o que seria de todo justo que este projecto mobilizador fosse também integrado neste Plano”, refere Carlos Condesso.Aos dois Primeiros-Ministros apela-se agora a uma atitude de reposição da justiça para com este território da raia, sublinhando aquilo que os próprios têm afirmado publicamente, que têm como objetivo comum aumentar o potencial económico dos locais perto da fronteira.