Oito anos depois de serem introduzidas


“Uma medida errada e muito injusta e que só tem agravado os problemas nas regiões do Interior abrangidas pela A23” é assim que a Comissão Coordenadora Distrital da Guarda e o Grupo Municipal do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal da Guarda classificam introdução de portagens na A23, há oito anos atrás, pelo Governo do PSD/CDS, com o apoio do Partido Socialista.
Em comunicado lembram que “no dia 8 de Dezembro passaram oito anos sobre a introdução de portagens na A23, prejudicando gravemente as populações da Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Santarém”
Bruno Andrade e Marco Loureiro, que assinam o documento referem que são os utentes, as populações e as empresas destas zonas que viram as suas dificuldades aumentar consideravelmente”.
Recordam que o regime de portagem conhecido como Sem Custos para o Utilizador, tinha como finalidade “acelerar por novas formas a execução do plano rodoviário nacional de modo a permitir, até ao ano 2000, a conclusão da rede complementar”. E acrescentam: “A não cobrança de taxas de portagens nessas vias justificava-se pela necessidade de compensar as regiões do Interior do país com medidas de discriminação positiva face às desigualdades e assimetrias regionais existentes, que hoje em dia estão mais agravadas”. O comunicado refere que “a Auto-estrada da Beira Interior, conhecida como A23, é uma das vias que devia continuar a beneficiar desse estatuto”. Adianta também que é uma acessibilidade estruturante e estratégica para toda a mobilidade nos distritos da Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Santarém. O Bloco de Esquerda considera que “esta via sem portagens será um factor de coesão territorial e de promoção do desenvolvimento económico e social para várias regiões que enfrentam sérios problemas de isolamento, depressão e desertificação”.
O comunicado recorda que “em muitos dos troços da A23 foi construída sobre anteriores itinerários, noutros a circulação rodoviária é feita por dentro das localidades para quem não quiser utilizar a A23”. O documento lembra também que “o Primeiro Ministro António Costa, antes das eleições de 2015, prometeu eliminar as portagens nas ex-SCUT do Interior do país e no Algarve, mas até aos dias de hoje nada foi feito”.
A proposta do Bloco de Esquerda passa por abolir, quanto antes as portagens na A23, pois a sua continuação significa persistir no erro muito negativo para os distritos da Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Santarém”.