Serra da Estrela


Os autarcas, empresários, operadores turísticos e outros intervenientes que participaram na sexta-feira, dia 9 de Setembro, num debate promovido pela Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), na Torre, defenderam a necessidade de se criar uma alternativa aos acessos rodoviários para o maciço central da Serra da Estrela, designadamente com a aposta em meios mecânicos, como as telecabines ou os teleféricos. O debate realizado com o objectivo de analisar a problemática dos acessos à Torre reuniu vários políticos e representantes de entidades relacionadas com a Serra da Estrela e incidiu sobre a problemática do encerramento das estradas na época de Inverno. “A solução dos meios mecânicos tem de ser levada em consideração porque é a que melhor resposta pode dar e é também a que reúne mais vontades”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Seia, Carlos Filipe Camelo. A opinião foi partilhada pelos presidentes das Câmaras Municipais da Covilhã (Victor Pereira) e de Manteigas (José Manuel Biscaia), que lembraram o facto de esta ser também a solução mais amiga do ambiente. Indo ao encontro da opinião dos autarcas, a Turistrela, empresa concessionária do turismo da Serra da Estrela, apresentou um projecto de mobilidade que já tem delineado e que prevê exactamente a implementação de três telecabines que, partindo de diferentes zonas, permitiriam a ligação à Torre. O projecto, que em termos globais ultrapassará um investimento de cerca de 35 milhões de euros (a realizar faseadamente), prevê a instalação de uma telecabine na zona do Covão do Ferro (perto da Nave de Santo António), outra na zona da Lagoa Comprida e outra a partir de Alvoco da Serra. “Este não é um projecto fechado, pode ainda acolher outros contributos e parcerias que nos ajudem a potenciar esta mais-valia que é a Serra da Estrela”, sublinhou o administrador da Turistrela, Artur Costa Pais.
Alguns intervenientes também abordaram a necessidade de se criarem mais bolsas de estacionamento e zonas de inversão de marcha, bem como um reforço dos meios do Centro de Limpeza de Neve com vista à agilização da limpeza das estradas de acesso ao maciço central da Serra da Estrela. O responsável pelas relações institucionais da Infra-estruturas de Portugal (IP), Carlos Rodrigues, também presente no debate, rejeitou as críticas respeitantes à demora da reabertura das estradas e garantiu que nem com o dobro dos meios se conseguiria melhorar a eficiência, devido às características da neve da Serra da Estrela. Adiantou ainda que os custos operacionais do Centro de Limpeza de Neve são de cerca de 500 mil euros anuais e relembrou que a questão da segurança é o que mais pesa na hora em que se decide abrir ou fechar a estrada. Defendeu que “mais importante do que subir é descer” e que a IP continuará a trabalhar para que as estradas da Serra da Estrela se mantenham entre as vias nacionais que registam menos sinistralidade.