Saúde


As II Jornadas de Feridas da Guarda, realizadas nos dias 13 e 14 de Outubro, no Teatro Municipal da Guarda (TMG), contaram com a participação de mais de 600 pessoas, entre enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, médicos, farmacêuticos, veterinários e alunos de enfermagem. O evento foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Uniformização do Tratamento de Feridas da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda em parceria com a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico. De acordo com a comissão organizadora, formada pelos enfermeiros Davide Coutinho, Joaquim Nércio, Cremilda Almeida e Ana Filipa Aleixo, os participantes eram provenientes de várias zonas do país (Guarda, Lisboa, Porto, Castelo Branco, Viseu, Covilhã, etc.). “Em relação às primeiras jornadas demos um salto. No ano passado foram realizadas no auditório da Escola Superior de Saúde e este ano demos o salto para o TMG. Arriscámos, mas enchemo-lo”, disse ao Jornal A GUARDA Joaquim Nércio, da organização. Em termos de palestrantes, as jornadas reuniram a “nata toda” e, segundo o responsável, “dificilmente” a organização conseguia ter um programa melhor do que aquele que teve, pois a qualidade científica foi garantida por personalidades de reconhecido mérito nacional e internacional. Durante os trabalhos foram abordados temas como “Controlo de infecção no Cuidado da Ferida”, “Úlcera por Pressão”, “Ferida Aguda - Complicações da Ferida Cirúrgica - Causas e Tratamento”, “Ferida Oncológica - Cuidar da Pessoa com Ferida” e “Feridas do Século XXI”. “No programa tentámos ser o mais abrangentes possíveis, porque também não é só tratar, também é prevenir”, disse Joaquim Nércio. Como a temática das feridas é uma problemática sempre actual e uma temática que é transversal a várias áreas, as II Jornadas de Feridas tiveram como objectivo actualizar conhecimentos e uniformizar a actuação. “A abordagem global do indivíduo portador de ferida é um processo complexo que envolve conhecimentos científicos e tecnológicos e que exige uma intervenção multidisciplinar. Assim, é de extrema importância que todos os profissionais envolvidos no cuidar da pessoa com ferida desenvolvam competências nesta área de intervenção, com o objectivo de garantir a uniformização e a qualidade dos cuidados de saúde prestados. Sendo a formação um dos factores motivadores para a mudança das práticas, sustentada na evidência científica, é visando uma melhoria contínua dos cuidados prestados às populações e tendo como objectivo ganhos em saúde para todos”, segundo os organizadores. “Antigamente havia feridas que duravam a vida toda e hoje isso já não acontece. Por isso, o objectivo das jornadas é promover os melhores cuidados no que diz respeito à problemática das feridas e trazermos (à Guarda) o que é actual e uniformizar procedimentos. Na área dos pensos é importante falar a mesma linguagem e ter as mesmas práticas, com ganhos para os doentes com feridas e ganhos económicos”, disse aquele elemento da organização. O enfermeiro Joaquim Nércio apontou a existência do Grupo de Trabalho de Uniformização do Tratamento de Feridas da ULS da Guarda, constituído por quatro enfermeiros, que “é um grupo informal, mas é chamado no que respeita à escolha de materiais e pensos”. “Os tempos são maus, mas (na ULS da Guarda) não nos podemos queixar. Costumo dizer que no Interior temos pequenos luxos que outros não têm. Temos material e a aposta é no conhecimento e na uniformização da prática”, acrescentou. O responsável disse que é intenção dos actuais elementos do Grupo de Trabalho de Uniformização do Tratamento de Feridas envolverem também médicos para o mesmo “se tornar mais alargado”. Joaquim Nércio explicou que o Grupo de Trabalho de Uniformização do Tratamento de Feridas tem um enfermeiro em todos os serviços da ULS da Guarda (nos Hospitais da Guarda e de Seia e nos Centros de Saúde) “que é o elo de ligação para actualização” de práticas.