Vila Nova de Foz Côa


O Município de Vila Nova de Foz Côa e a Fundação Côa Parque (FCP) vão avançar com a construção de passadiços que vão fazer a ligação entre o Museu do Côa e o Parque Arqueológico e o Rio Douro. “O que se pretende é uma maior aproximação do turismo fluvial do Douro com o Museu do Côa e, ao mesmo tempo, criar passadiços que liguem alguns núcleos da arte rupestre do Parque Arqueológico”, anunciou Gustavo Duarte, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa. De acordo com o autarca, o projecto de construção dos passadiços “servirá para acelerar a construção de um cais fluvial nas proximidades do Museu, de forma a permitir o desembarque de turistas que procuram a arte do Côa e os produtos endógenos” daquele concelho do distrito da Guarda. Nesta primeira fase será lançado um passadiço com cerca de um quilómetro de extensão, desenhado em forma de uma das gravuras rupestre do Vale do Côa e desenvolvido pelos autores do projecto para o rio Paiva, na zona de Arouca. Segundo Gustavo Duarte, outra das ideias em vista é “ligar um novo passadiço à antiga Estação de caminho-de-ferro do Côa, no troço de linha desactivado entre o Pocinho e Barca d’ Alva. O imóvel da Estação será alvo de requalificação, já havendo empresários interessados na iniciativa”. O projecto vai arrancar no sopé do Museu para permitir a visita a alguns núcleos de gravuras rupestres no Vale de José Esteves e da Vermiosa. “Esta será a primeira fase. Mas, depois, vamos alargar o projecto para que os visitantes tenham uma forma diferente de apreciar a natureza e este nosso património rupestre, e o próprio Douro e o Côa”, disse o autarca.
O presidente da FCP, Bruno Navarro, considera que o projecto pode constituir uma mais-valia para a valorização do território do Côa. “Este passadiço poderá ser mais uma atracção para os turistas que utilizam a via fluvial para descobrirem o vale do Douro”, sublinhou, considerando que com o projecto, a FCP assume o compromisso de abrir mais núcleos de Arte Rupestre ao público, sem ser necessário fazer o transporte em viaturas todo-o-terreno. A FCP foi criada em Março de 2011 para gerir o Parque Arqueológico do Vale do Côa e o Museu do Côa e tem como fins principais a protecção, conservação, investigação, e divulgação da Arte Rupestre, classificada como Património Mundial pela UNESCO, e demais património arqueológico, paisagístico, cultural e natural, na área do Parque Arqueológico do Vale do Côa. O grande objectivo da Fundação é, através do projecto cultural de arqueologia em curso, promover o desenvolvimento integrado da região, aliando parceiros e agentes económicos privados, realçando a importância da economia da cultura e o seu contributo para o bem-estar do país. O vale do Côa constitui um local único no mundo por apresentar manifestações artísticas de ar livre inseríveis em diversos momentos da Pré-História, Proto-História e da História, nomeadamente o mais importante conjunto de figurações paleolíticas de ar livre até hoje conhecido. Este extraordinário conjunto rupestre distribui-se ao longo de dois eixos fluviais principais: o rio Côa, numa extensão de cerca de 30 kms, e também o rio Douro, ao longo de cerca 15 kms, para ambos os lados da embocadura do Côa. Em consequência do reconhecimento do interesse patrimonial e cultural deste conjunto de achados, foi criado, em 10 de Agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa.
A classificação dos núcleos de gravuras rupestres como Património Mundial pela UNESCO, proclamada no dia 2 de Dezembro de 1998, foi o culminar de um processo que marcaria indelevelmente em Portugal o estatuto da Arte Rupestre, da Arqueologia e do Património Cultural.