Serra da Estrela


A Associação Amigos da Serra da Estrela (ASE), com sede em Manteigas, emitiu um comunicado onde esclarece que não foi convidada para o debate realizado no dia 9 de Setembro, na Torre, pela Assembleia da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE), com o objectivo de analisar a problemática dos acessos ao ponto mais elevado da Serra da Estrela. “Para participar no debate foram convidados membros do Governo, deputados, autarcas, empresários, operadores turísticos, bombeiros, Centro de Limpeza da Neve, GNR, entre outros. A ASE, que até ao momento tinha tido o mérito de ser a única a apresentar publicamente um conjunto de propostas com vista a solucionar o sistema rodoviário entre as Beiras, Baixa e Alta; um sistema alternativo para levar as pessoas ao ponto mais elevado da Serra; o desenvolvimento de um turismo mais apelativo, mais amigo da natureza, (convidando para o efeito inúmeras entidades, inclusive os autarcas), não foi convidada!”, lê-se na nota. Na promoção do evento, o presidente da Assembleia da CIM-BSE, Mário Jorge Branquinho dizia que “é na Torre que está o problema da dificuldade de acessos quando cai neve”, afirmando ser “preciso um plano de mobilidade específico para a Serra da Estrela”. No seguimento destas preocupações, o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes, disse ser necessário “encontrar modelos alternativos para chegar à Torre, como acontece noutros países da Europa”, lembra a ASE. Sobre as declarações de Mário Jorge Branquinho e Paulo Fernandes, a direcção da ASE considera “que o problema dos acessos não tem rigorosamente nada a ver com a Torre”. “Tendo como base as notícias divulgadas antes e depois do debate, podemos concluir que tem havido diligências encetadas de forma individualizada, sem que estivessem reunidos os consensos necessários em território que é partilhado, como foi o caso deste encontro”, refere. Uma outra conclusão é que os “autarcas, empresários, operadores turísticos e outros intervenientes defenderam a necessidade de se criar uma alternativa aos acessos rodoviários para o maciço central da Serra da Estrela, designadamente com a aposta em meios mecânicos, como as telecabines ou os teleféricos”. “Congratulamo-nos por saber que houve quem se tivesse manifestado preocupado com a poluição pelas quase 300 mil viaturas que circulam na EN339 e pela distribuição de sal, para fundir o gelo nas estradas e as suas consequências para o meio ambiente, nomeadamente a qualidade da água. Curiosamente, as notícias referem que «indo ao encontro da opinião dos autarcas, a Turistrela - empresa concessionária do Turismo da Serra da Estrela - aproveitou para apresentar um projecto de mobilidade que já tem delineado e que prevê exactamente a implementação de três telecabines que, partindo de diferentes zonas, permitiriam a ligação à Torre». Projecto, “que em termos globais ultrapassará um investimento de cerca de 35 milhões de euros (a realizar faseadamente), prevê uma telecabine na zona do Covão do Ferro (perto da Nave de Santo António), outra na zona da Lagoa Comprida e outra a partir de Alvoco da Serra»”, refere a mesma associação. A ASE considera que as políticas de desenvolvimento do turismo para a Serra da Estrela “assentam nos mesmos pressupostos dos inícios dos anos 60 do século passado, não sendo, como foi afirmado, a Torre responsável pelos problemas existentes”. “As propostas apresentadas pela Turistrela para a construção das três telecabines, agora com o beneplácito da generalidade dos organismos representados no debate, confirmam tudo quanto temos dito sobre esta empresa e reflectem a falta de rigor com que apresenta projectos que não têm a mínima possibilidade de ser exequíveis”, remata.